Por Emily Sohn
Cocaína, heroína, anfetaminas e outra drogas são, de modo estereotipado,
vícios de adolescentes e jovens adultos que fazem escolhas equivocadas.
No entanto, o uso de drogas ilícitas está se tornando cada vez mais
comum entre as gerações mais velhas - ao menos, na Inglaterra.
Um novo estudo do King's College de Londres com milhares de britânicos
descobriu que, em menos de uma década, o número de pessoas entre 50 e 64
anos que usaram maconha recentemente aumentou dez vezes. Entre as
pessoas entre 65 e 74 anos, o número de usuários da droga dobrou em 2007
em relação ao ano 2000.
Quando os pesquisadores analisaram o uso ao longo da vida, também
descobriram que o uso de anfetaminas, cocaína e LSD de 1993 a 2007,
entre os 50 e 64 anos, também aumentou dez vezes.
A cannabis foi, de longe, a droga mais consumida por pessoas mais
idosas. No grupo de 50 a 64 anos, 2% afirmaram ter usado a droga no ano
passado, e no grupo acima de 65 anos, 0,4% o fizeram. A frequência é
maior em Londres, onde 9% dos britânicos entre 50 e 64 anos afirmaram
ter usado maconha e outras drogas no ano anterior, enquanto 42% o
fizeram em algum momento da vida.
As porcentagens totais são significativamente baixas, mas segundo os
pesquisadores, a quantidade de idosos usando drogas é suficiente para
chamar a atenção dos médicos sobre os efeitos das drogas ilícitas na
saúde de pacientes nesta faixa etária.
“Nossos dados sugerem que uma grande quantidade de pessoas está entrando
na velhice sem que saibamos o bastante sobre os efeitos das drogas
sobre a saúde, e portanto, elas se beneficiariam de um monitoramento
contínuo”, escreveu a equipe de pesquisadores no periódico Age and
Ageing.
“A mensagem central deste estudo confirma um fato do qual há muito
suspeitávamos, mas que nunca havia sido formalmente estudado no Reino
Unido”, afirmou Robert Stewart, um dos autores do estudo, em um
comunicado à imprensa. “O uso de drogas ilícitas será mais comum entre
as gerações mais velhas nas próximas duas décadas. Como sabemos muito
pouco sobre os efeitos de drogas como a maconha em pessoas idosas,
precisaremos trabalhar rápido para que as pesquisas acompanhem o aumento
do uso nestas faixas etárias”.
Fonte: http://discoverybrasil.uol.com.br/web/submundo/noticias/pessoas/
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