sábado, 19 de janeiro de 2013

JORNAL SEMANÁRIO - EDIÇÃO 2892 - 19/01/2013

Editorial

O crack não é brincadeira teórica

Edição 2892 - sábado 19/01/2013

19/01/2013 11:01:24
 
Não bastasse o flagelo das drogas que arruina o nosso país, um novo problema preocupa a nação: as gestantes que são usuárias de crack. Os filhos desta pandemia crescem de uma maneira preocupante nas principais cidades brasileiras.

É fato notório que o uso de crack na sociedade contemporânea é algo disseminado há anos na mídia brasileira. Todavia, a nação necessita da ampliação de um novo debate sobre este gravíssimo problema de saúde pública que, a cada ano, vitima pessoas de diferentes estados e classes sociais. 

O crack, a chamada “pedra da morte”, surgiu nos anos 1980, porém já possui mais usuários do que a cocaína. Outro fator que assusta a saúde pública brasileira, onde perdemos os nossos filhos, netos, sobrinhos e conhecidos para algo que nos foge do controle. Eis que a tamanha dependência física ocasionada por este “Mal do Século” gera uma terrível ação sobre o sistema nervoso central, vindo o viciado a falecer em pouco intervalo de tempo.

Desde a última década, houve um aumento considerável no número de dependentes da droga, assim como teve, também, o aumento de gestantes que aderiram a ela.

Um estudo levantado há três anos pelo 2º Juizado da Infância e Juventude na capital gaúcha,  revelou que em torno de 70% das crianças existentes em abrigos são filhas de mães viciadas em crack. Pior que este dado alarmante, são os casos de mães dependentes que vendem ou trocam os próprios bebês por alguma quantidade da droga.

O crack vem realizando um efeito dominó na sociedade brasileira nos últimos anos. Hoje, mulheres aprisionadas pela droga abandonam seus bebês em latas de lixo, terrenos baldios e em portas de residências. Com isso, surgem os problemas na adoção dos pequenos abandonados. Tios, avós, pais e outros parentes têm a prioridade da guarda dos filhos que são tirados de mães e pais usuários desta substância maléfica.

Além do aqui exposto, os bebês filhos de mães usuárias começam, precocemente, a desenvolver sintomas da crise de abstinência, herdado na gestação. Logo, os recém-nascidos já enfrentam problemas como, por exemplo, dores no corpo, músculos enrijecidos e dificuldade na hora de se alimentar e sofrimentos com a insônia. Os problemas crônicos de saúde surgem com o passar dos anos. Ainda há o risco de contágio de doenças como a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis.

É dada a hora da sociedade brasileira perceber que não adianta pensar em tratamento para algo que não tem cura. O crack não tem cura. É preciso pensar em segurança pública, controlando a entrada de drogas em nosso país, fechando as fronteiras e coibindo o tráfico em nossas cidades. A educação começa dentro de casa e continua em sala de aula. Não há mais tempo para brincar com teorias diante de um monstro disfarçado de pedra branca. A omissão é risco de vida.

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